sexta-feira, 28 de junho de 2013

Política e futebol

Todos naquele país pareciam alienados, gostavam de praia, samba e futebol; assistiam uma emissora de TV que transformava corações e mentes em massa de manobra e a vida seguia, lenta e fria.
Um dia, porém, o sol nasceu diferente. Seus raios penetravam cada olhar, cada pensamento, cada coração daquele povo e iniciou-se uma mudança. Uma mudança de dentro para fora.
Era época de campeonato de futebol e os políticos aproveitavam estes momentos de mobilização nacional para enfiar goela abaixo as leis e regras que desejassem, da forma e intensidade que quisessem. Mas, como eu disse, algo estava mudando.
Foi então que, no jogo final do campeonato, deu-se o fato. Estádio lotado, jogo maravilhoso, o time campeão. Das arquibancadas começou-se a ouvir um brado retumbante e o sol em raios fúlgidos brilhou mais forte naquele instante. O povo se reuniu e sequestrou o time campeão. Como? Indagava a imprensa internacional? Simplesmente sequestrou. E era tanta gente que não havia como mandar a polícia pra cima. Jogadores e povo se irmanavam, uma coisa linda de se ver.
O resgate foi simples: trocaram o time campeão pelos membros do poder legislativo, que se encontra até hoje confinado a espera de uma solução, já que ninguém quer arcar com as despesas necessárias para a libertação dos "sequestrados”.

Nunca antes, na história daquele país, o futebol tinha servido tanto à política. E, embora não tivesse tido muita glória no passado, o povo agora tinha certeza da paz no futuro.