Tento me embriagar
com um copo de culpas.
Bebo com sofreguidão
e retalho a cama nua
fugindo do vazio das janelas
abertas eternamente.
Enfrento meu olhar juiz
condenando as coisas que não fiz
sem coragem nem credo
que me ajudem a enfrentar
a farta sujeira
do meu mundo encantado.
Há tempos ouso procurar
por onde entra essa luz
que pouco ilumina o meu quarto doente,
sem me dar conta do momento fatal
que emporcalha a confusão
das minhas horas.
Meu corpo goteja
desmanchando-se pelo chão
sem noção de que o copo está vazio.
A festa já acabou
e todos estão mortos.
A prova são seus corpos mutilados
e a culpa é minha.
Que venham os algozes
pois já estou condenada
e não ouço as vozes
dos que não acreditam em mim.
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