quinta-feira, 1 de março de 2018

em homenagem ao aniversário do Rio de Janeiro




O MEU RIO DE JANEIRO

No avesso é que se encontra
Todo lugar verdadeiro
Vou cantar para vocês
O meu Rio de Janeiro
Se a favor ou do contra
Isso pouco me apetece
Mas posso afirmar com certeza
Diferente de outras cidades
No Rio tudo acontece.

O Rio tem umas coisas
Que são bem contraditórias
E como tudo no mundo
Tem o seu mal e o seu bem
De tudo que vi na vida
Seu moço, você me diga
Conta pra mim sua história
Que é pra eu registrar também.

Um calor insuportável
Mas daqui não se sai não
Compra-se roupa de inverno
Corre-se do caveirão
Fala-se mal de todos
Mas na hora do sufoco
Chamo o cara de mermão.

Usa-se salto alto
Tailler e terno e gravata
Fica-se preso no asfalto
Nas pedrinhas das calçadas
Restaurante refrigerado
Para comer fondue
Não permita Deus que eu morra
Longe das coisas daqui

Olho para todo lado
Coisa complicada é aquela
Rainha do carnaval
Que mora numa favela
E no campo religioso
Tem ateu, tem alvoroço
Tem seitas novas também
Cada um na sua fé
Acredita em alguma coisa
E o cristo Redentor
Abençoa e diz amém.

Fala-se da ginga maneira
Que o carioca tem
No meio de tantos sotaques
Fique calmo, não me ataques
Que eu vou criar também.
Usa-se gíria e soneto
Um bom verso nordestino
E até foto digital
Pra traduzir o Rio
É preciso riso e ciso
Muita dose de improviso
E saber que a cidade
Não é só um litoral.

Vou contar para o senhor
Que isso aqui é o paraíso
Embora exista muito cabra
Que canta sem compromisso
As belezas da Pasárgada
Melhor eu nem falar nisso!

Isso aqui é a reunião
Das coisas que não combinam
Mas vou dizer uma coisa
Me ouça bem, seu menino!
Não em terra mais bonita
Não tem gente mais querida
Não tem jeito mais arretado!
O Rio e o carioca
Se já não estivessem existindo

Teriam que ser inventados.

Texto e imagem: Maria Emilia Algebaile

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