segunda-feira, 4 de julho de 2011

"Chove lá fora e aqui faz tanto frio..." Dias como o de hoje me trazem esta música de volta. Lobão repetia "me chama, me chama, me chama..." e eu fico pensando em outros frios, outras sensações que conduzem a estas frases, ou a estes versos, já que se trata de uma letra de música.
Hoje, quando acordei, me permiti ficar de pijama por um longo tempo. Cancelei o pilates e fiquei curtindo o abraço quentinho do maridão. Bebi o café, li o jornal e fiquei pensando... minha secretária puxou um assunto e senti vergonha de estar protegida na minha sala, no meu apartamento, no meu bairro de ruas asfaltadas...ela saiu de casa às 5 da manhã, pegou uma van e veio trabalhar.
Será que sentimos frio de forma diferente? Será que ela sente frio? Será que as mulheres respondem aos sabores da meteorologia com as mesmas sensações? Será que o frio que faz aqui é o mesmo frio que faz lá?
Deprimi. Quantos milhões de mulheres com frio saem de madrugada para trabalhar e deixam seus filhos com frio com seus anjos da guarda, que também devem ter asas de poucas penas e, portanto, sentem igualmente o frio que seus protegidos sentem? Por quem elas chamam? Quem se disponibiliza para as mulheres com frio?
Eu mesma já tive minha época: decidir entre ir trabalhar para "ganhar o pão" ou ficar com minhas filhas para "esquentar o coração". Às vezes, é uma escolha de Sofia! Voltarei ao tema, mas por hora preciso entender melhor que "nem sempre se vê lágrimas no absurdo..."

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